09/06/2016 16h58 - Atualizado em 09/06/2016 17h37

Sou descendente de italianos e espanhóis. Por isso posso falar com muita propriedade sobre as qualidades e não qualidades dessas culturas latinas. São esforçados, calorosos, amigáveis e priorizam a família. Mas, tendem a ser indisciplinados. Basta ver as situações da Itália e Espanha no contexto europeu. Não conseguem enquadrar a suas economias na austeridade necessária daquele bloco de países.  São países que deixam muito a desejar em planejamento, organização e punição, em comparação com países disciplinados como Alemanha e Inglaterra. Um exemplo: É só observar como os motoristas desses países conduzem seus veículos e respeitam as respectivas leis de trânsito;  Sou capaz de fechar os olhos e atravessar qualquer rua em Londres. Já não faria o mesmo em Roma. Certa vez em viagem com amigos pela Europa, um deles disse “Estou com saudades do Brasil. Vamos dar uma passeada na Itália”.
O Brasil tem fortíssimas raízes latinas em sua cultura. Alterar uma corrente cultural demanda tempo. Sei que os problemas são mecanismos da Vida para provocar evolução de inteligência. Segundo a sabedoria religiosa, não surge um problema que a pessoa, a empresa, a cidade, o estado, o país ou o mundo não possa resolver. Portanto, encaro esse conglomerado de crises, que o Brasil vem enfrentando, como uma promoção.  Crises moral, política, econômica, de gestão, e outras. Não é qualquer país que consegue suportar cargas como essas. Em outras palavras, as instituições brasileiras estão sendo fortificadas. Encaro alguns partidos políticos como vacinas e seus políticos como vírus (com o maior respeito), sendo aplicados no organismo vivo chamado Brasil. Com isso, o país cria anticorpos.
Por sua vez, as leis da Natureza são imutáveis. Tudo que é feito de errado, aparece. Para toda ação tem uma reação no sentido contrário. Não dar o devido moral as leis dos homens, sempre em evolução, sujeitas às injustiças, pode ter algum sentido, mas brincar com as leis da Natureza é muita ingenuidade.  O infrator leva vantagem no curto prazo, mas no médio ou no longo prazo, paga. Está na Bíblia: “Homem domina homem para o seu próprio prejuízo”. Perdem grandes oportunidades de cumprirem suas missões ao sucumbirem aos assédios costumeiros do meio político.  O jeitinho brasileiro, que prefiro chamar de jeitinho latino, de querer levar vantagem em tudo, não tem consistência. Por isso, confidencio aqui um dos meus sonhos: Eliminarmos camadas de políticos, que não conseguem representar bem seus eleitores, utilizando para isso a tecnologia. Chegará o dia em que todos, com o direito de votar, terão acesso à internet  e, com sistema de informática adequado, poderemos num toque no celular participar diretamente das votações nos congressos. Eu amo o Brasil. Sonhar é preciso.