30/06/2020 17h51 - Atualizado em 30/06/2020 18h05

O primeiro ser humano foi criado simples, ignorante, com livre arbítrio e cercado de escassez. Daquela época para cá, principalmente em países de primeiro mundo e em desenvolvimento, evoluiu-se muito no conhecimento, na abundância e na complexidade. O conhecimento se expandiu de tal forma que hoje tem-se Internet, ônibus espacial, clonagem e a longevidade esticada, tanto é que a Organização Mundial de Saúde reclassificou o conceito de idade. Hoje, Jovens são de 18 a 65 anos; Meia idade: 66 a 79; Idosos: 80 a 99; Idosos de Longa Vida: maiores de 100 anos.

Vivencia-se nesses países, abundâncias jamais imaginadas. Temos excessos de produtos alimentícios, de mídias sociais, de canais de televisão, e outros.

Deveríamos agradecer mais por esses progressos. Sim, tem-se grandes diferenças sociais na maior parte dos países, principalmente nos de terceiro mundo, mas é questão de boa gestão governamental, que inclui competência e honestidade, que isso será amenizado. Leva-se tempo, mas o progresso é Lei da Natureza. Não serão os desonestos, polemistas, intolerantes, agressivos, que possuem o instinto da luta visando o domínio, que impedirão o predomínio do bem.

Mas o grande problema está na necessidade de evoluir na simplicidade, considerado virtude imprescindível para se vencer o orgulho e o egoísmo, causas dos grandes males da humanidade. Por sua vez, a complexidade praticamente tomou conta das relações humanas. É sabido que a complexidade onde se instala provoca decadência. Considerando isso, essa opção de complicar levou a aumentar as propensões de supressão dos valores morais e a estacionar em velhos jogos, tais como busca insaciável pelo prazer, amontoar dinheiro, tornar-se poderoso.

Em resumo, o "ter" continua sobrepondo o "ser". Tanto é que aumentam-se as necessidades externas do ser humano em uma progressão exponencial. Sempre é bom lembrar que as necessidades internas quando atendidas são imperecíveis e que na matemática Divina o menos vale mais. Nessa linha, pode-se observar: todas as vezes que a humanidade cria desvio da rota inteligente a Natureza reage. Um dos maiores estudiosos de catástrofes do mundo, Robert Bea, professor da Universidade Berkeley, afirma que quase todo desastre pode ser evitado, uma vez que mistura de perigos naturais, arrogância e presunção humana.

Por isso, acredito que não é por acaso que estamos vivenciando uma pandemia. Por sua vez, o isolamento social é uma grande oportunidade de voltar para Eu, de repensar, de simplificar a vida e colocar as competências na direção correta. Mas, segundo os orientais, só está na direção correta quem tem uma grande causa no bem. Segundo a lei de Pareto, aproximadamente 80% da população da Terra não tem esse grande propósito. E você? Tem uma grande causa?