16/11/2018 08h39 - Atualizado em 16/11/2018 08h39

Os momentos atuais, mais do que nunca, nos faz lembrar de que? Pergunta muito subjetiva, pois abre um leque enorme de interpretações. Exemplos: dias de ansiedade, distrações, insegurança, desumanização, valores invertidos, excesso de informações. Mas, podemos resumir essas respostas em “estamos em um período de muitas necessidades”. Nunca tivemos tantas necessidades para se viver. É certo que de tempos em tempos essas obrigações se alteram, sem considerar as básicas como segurança, saúde, educação, alimentação e moradia.  Graças às mídias sociais, hoje precisamos de novidades a todo o momento. Precisamos de informações em tempo real. Devido às mudanças rápidas, se tornou necessário investir mais tempo no autoconhecimento. “Orar e vigiar” como os nossos avós faziam se tornou ineficaz, porque naquela época bastavam algumas vezes ao dia. Hoje, com o pensamento acelerado e sensação de tempo ultrarrápido, se torna necessário orar, ficar de olho nos pensamentos e administrar os sentimentos muito mais vezes ao dia. Observe também como o futuro está avançando velozmente sobre o presente e talvez até sobre o passado (de maneira figurada), quase que em um domínio total do nosso tempo. Basta ver que o Papai Noel já desceu em Bauru, em um shopping, em pleno mês de outubro de 2018. Acredito que no ano que vem, Papai Noel virá em setembro, já trazendo em suas mãos ovos de páscoa. Com isso, se torna mais do que necessário elaborar planos B, C, D e talvez F, para tornar o futuro algo um pouco mais previsível. Outra necessidade: a estabilidade passa a ser artigo de luxo, levando em conta que praticamente todas as relações têm apresentado determinada instabilidade. Relações consigo mesmo, com o cônjuge, com a família, com o social e com o trabalho. Com isso, de maneira geral, aumentam as carências emocionais das pessoas. Tanto é que o esforço em compreender a carência do outro se tornou uma das principais caridades. Interligado a isso, estamos também necessitados de mais autocontrole, considerando o alto nível de exigência dessas relações mencionadas. O ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico Charles Chaplin (1889 a 1977), com sua percepção apuradíssima das necessidades da sociedade daquela época, fez a seguinte afirmação: ”Pensamos demasiadamente e sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade que de máquinas. Mais de bondade e ternura que de inteligência. “Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá.” Por sua vez, o filósofo ateniense Sócrates (469 a.C. -  399 a.C.) contribuiu com a afirmação: “Penso que não ter necessidade é coisa Divina e ter as menores necessidades possível é o que mais se aproxima do Divino”. Nessa linha de raciocínio, deixo aqui um questionamento profundo: Estamos nos afastando de Deus?