09/06/2016 17h07 - Atualizado em 09/06/2016 17h38

O tempo é a substância da vida, segundo Benjamin Franklin. É um bem gratuito, perecível e intransferível. Por ser um patrimônio, o bom senso manda administrá-lo. A gestão de tempo prega planejamento, priorização, concentração e controle. Mas sinto que algo mudou e me pergunto, constantemente: como lidar com esse novo tempo dos dias atuais? Antigamente, tinha-se a impressão de que o tempo fluía lentamente. Tornou-se comum ouvir pessoas afirmando “como o tempo está rápido, preciso de mais horas no dia”. É sabido que a maneira como você lida com o tempo são influenciados por fatores geográficos, culturais e econômicos. Basta ver as diferenças, nessa área, entre a África e os Estados Unidos. É certo que devido aos avanços tecnológicos estamos fazendo muito mais com menos tempo, dando uma sensação, com isso, de aceleração. O que realizamos hoje em um ano, equivale ao que realizaríamos em aproximadamente 15 anos nos anos de 1970. Exemplo: Através do celular, localizamos pessoas em qualquer lugar, pagamos contas, vemos TV, enviamos e-mails, e etc. Mas devido a isso, contaminados por essa suposta aceleração, também estamos querendo realizar mais atividades do que podemos dentro de um menor espaço de tempo. E isso, contribui para uma percepção distorcida do tempo. Acredito também que o excesso de informações faz com que alteramos a noção real do tempo. Costumo considerar que existem dois tipos de tempo. Um deles é o do relógio, que cumpre uma contagem padronizada. O outro é aquele em que vivemos em nossa ótica. Esse tempo está de acordo com os nossos pensamentos e sentimentos. Alguns estudiosos dizem que a rapidez parece ser invenção do capitalismo. Quanto maior a economia, maior a densidade populacional e a cultura individualista, mais rápido é a freqüência da vida.  E, tem sentido, pois foi praticamente o capitalismo que trouxe a cultura da meta, que faz com que agimos em outra velocidade, considerando a tarefa inadiável com prazo limitado. Mas, pergunto: Em face dessas análises, o tempo deve ser um dos pilares principais da vida? Sim, mas juntamente com o pensar e o sentir. O que não é fácil, pois quando estamos acelerados tendemos a não pensar e sentir o suficiente. A dica está em se tornar amigo do tempo, voltando mais vezes para o seu departamento “Eu”. Em outras palavras: procurar, mais vezes ao dia, parar alguns minutos e analisar o que está ocorrendo. Esse procedimento possibilita você enxergar melhor as situações relevantes. Consequentemente você sente o tempo como ele deve ser sentido. Você passa a valorizar mais o presente, que é onde a vida acontece, através dos seus momentos únicos. Viva a Vida.