16/05/2017 10h37 - Atualizado em 16/05/2017 10h47

PRISÃO MENTAL

Nós somos livres? “Por medo, há pessoas que não correm risco, não fazem nada, não tem nada, e não são nada”.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre.

O texto acima, escrito por Sêneca, orador romano que viveu antes de Cristo, possivelmente é um dos primeiros relatos de prisão mental da humanidade que se tem notícia. Aprecio muito fazer analogia do processo da vida com três importantes instituições funcionando simultaneamente. São elas a escola, o hospital e a prisão. Escola porque estamos sempre aprendendo na vida. Hospital porque estamos curando nossas almas ao adquirirmos virtudes. E prisão, considerando nossas ignorâncias e consequentemente nossos medos. Exemplos de prisões mentais é que não faltam.

Estamos presos no tempo: Um pensamento parado incessantemente no passado, bloqueia o fluxo natural da vida. Excesso de passado pode causar depressão;

No aparente saber: Excesso de teorias e poucas ações na prática   pode gerar frustração;

Na lamentação: desmembrando esta palavra vem que se “lamenta” a “ação”. Como vida é ação, sugere-se, com isso, que a lamentação é contrária a vida.

Na manipulação: tem a ver com ser vítima de pessoas e sistemas hábeis que te deixam em débito, injustamente;

Na ideia de escassez: ao invés de mirar na abundância, passa o dia focando no receio de faltar;

Na necessidade contínua de ter atenção;

Na necessidade de querer estar no pódio sempre;  

Nos vícios de fumar e beber;

Na tristeza, você se sintoniza com todas as pessoas tristes do planeta, uma vez que o pensar e o sentir são energias com características eletromagnéticas e essa associação se transforma em um sentimento bem maior do que deveria ser;

No acreditar somente naquilo que pode-se ver e tocar;

No sentimento negativo, que bloqueia o pensar lúcido, bem como contamina as pessoas ao redor;

No sofrimento com antecedência, que nada mais é do que querer ser detentor do seu futuro;

Na indecisão, que gera angústia.

Mahatma Gandhi explicitou isso no seguinte dizer: “A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.

Considerando isso, o que mais me preocupa é que passamos a maior parte da vida aprisionados.  Vida completa é ter liberdade plena de pensar, sentir e agir. Qual é a saída para nos libertarmos dessas prisões com grades invisíveis? Levando em conta que o ato criativo origina-se na luta do ser humano contra e com aquilo que o limita, e que temos de cuidar melhor de nossas consciências, mantendo-as limpas e higienizadas, a dica é investir pesado nos desenvolvimentos intelectual, moral e espiritual. Mas, por outro lado, penso que essa vida é curta demais para tantos propósitos. Isso contribui um pouco mais para aumentar as minhas crenças que a vida continua após a morte. Pense nisso!