09/06/2016 17h06 - Atualizado em 09/06/2016 17h38

É perceptível, com muita facilidade, quando uma pessoa inverte uma priorização da vida, mencionada na Bíblia, que é colocar o trabalho acima da família e do desenvolvimento espiritual. Como você percebe? O camarada perde a capacidade de empatia. Torna-se uma pessoa fria. A empatia consiste em tentar compreender pensamentos, sentimentos e ações do outro. É uma capacidade psicológica de entrar no lugar do outro. Essa simples inversão de valores tem a ver com a cultura do individualismo, que é a tendência para se livrar de toda a obrigação de solidariedade, para focar somente em si.  Recente estudo realizado por psicólogos da Universidade de Stanford aponta para individualismo extremo dos americanos, prejudicando convivências e trabalhos em equipe.  Sem querer generalizar, isso me faz lembrar de um conhecido americano, casado com uma brasileira, que ao conhecer a cultura brasileira e fazer as devidas comparações, ficou indignado com uma atitude de seus pais americanos: Ao completar 18 anos, nos Estados Unidos, ele foi convidado a se retirar da casa de seus pais e se virar sozinho, a não ser que pagasse um aluguel. Segundo ele, esse procedimento é comum na cultura norte americana. Devido a isso, hoje consigo compreender um pouco mais a decisão do norte americano de colocar o trabalho acima da família, que tem o seu lado positivo, basta ver os índices de riqueza daquele país. Mas provoca a ausência de empatia. Falta calor humano, com o maior respeito às exceções. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais. Essa maneira de ser está intimamente ligada ao altruísmo e ao amor.
Eis aqui um dos textos mais inteligentes sobre o amor, que conheço, de Francisco Xavier: “Vida é o amor existencial. Razão é o amor que pondera. Estudo é o amor que analisa. Ciência é o amor que investiga. Filosofia é o amor que pensa. Religião é o amor que busca Deus. Verdade é o amor que se eterniza. Fé é o amor que se transcende. Esperança é o amor que sonha. Caridade é o amor que auxilia. Fraternidade é o amor que se expande. Sacrifício é o amor que se esforça. Renúncia é o amor que se depura. Simpatia é o amor que sorri. Trabalho é o amor que constrói. Indiferença é o amor que se esconde. Desespero é o amor que se desgoverna. Paixão é o amor que se desequilibra. Ciúme é o amor que se desvaira. Orgulho é o amor que enlouquece. Sensualismo é o amor que se envenena. Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do amor, não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.” Fica aqui um recado: não brinca com as leis mencionadas no manual do proprietário do Ser Humano, mais conhecido como Bíblia.