09/06/2016 16h54 - Atualizado em 09/06/2016 17h36

Conta a estória que um grupo de ex-alunos, todos muito bem posicionados profissionalmente, reuniu-se para visitar um professor da universidade muito querido. Em um curto espaço de tempo, as queixas da vida moderna, como ansiedade e estresse, predominavam nas conversações. O professor só observava e refletia. No momento do café, o professor trouxe uma variedade de xícaras – de vidro, porcelana, plástico, cristal; algumas requintadas, outras simples. Quando todos os ex-estudantes estavam de xícaras em mão, o sábio professor se manifestou: “Vocês pegaram as xícaras mais caras e bonitas, e deixaram as simples e baratas para trás. Não vejo como anormal querer o melhor para si, mas esse procedimento é a fonte dos seus principais problemas”. E continuou: “A xícara em si não adiciona qualidade alguma ao café. O que todos realmente querem é o café, não as xícaras, mas procuraram escolher as melhores xícaras. Se isso não bastasse, ficaram de olho nas xícaras uns dos outros”. E prosseguiu: “Reflitam. A vida é o café. O emprego e a posição social são mecanismos para conter a vida, como a xícara está para sustentar o café. Em outras palavras, o tipo de xícara que conseguimos não define a qualidade de vida (diferente de qualidade de consumo) que vivenciamos. Ao focarmos na xícara, deixamos de saborear plenamente o café. Deus não côa a xícara. Deus côa o café, a Vida, que é o essencial.” Essa estória nos remete à uma das principais dificuldades dos dias atuais: discernir o que é essencial. O saber deixou de ser dificuldade, considerando o excesso de fontes de informações, estudos e experiências, como Google, Facebook, livros, cursos á distância, etc. No campo político, tudo leva a crer que o governo federal não deve ter como prioridade essencial a população pobre do país, conforme sempre foi propagado. Ou falta o devido discernimento.  Qualquer economista meia boca sabe que quando se gasta mais do que arrecada, leva, inevitavelmente, à inflação, ao desemprego, que consequentemente, conduz à alta do dólar, que, por sua vez, produz mais inflação e mais desemprego. Quem mais sente essas consequências não é o rico. Por outro lado, o que foi prometido pela presidenta, durante a campanha eleitoral, não foi cumprido. Qualquer ser humano adulto inteligente sabe que a mentira leva às perdas de credibilidade e de respeito, bases do relacionamento.  Buda, milhares de anos atrás, já havia adiantado: “Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade”.
Juntando a isso as crises política e de incompetência, só posso crer que, possivelmente, somos hoje liderados por gente que não tem noção mínima do essencial da Vida.