14/12/2017 08h40 - Atualizado em 14/12/2017 08h41

Tenho o hábito de dizer que nunca errei, eu só aprendi. Sempre procuro tirar o máximo proveito de equívocos que cometo, traduzindo-os em aprendizagens. Indiscutivelmente, minhas decisões erradas, geralmente tomadas por descuido, ingenuidade ou ignorância, foram imprescindíveis para o meu autoconhecimento, autocontrole e autoconfiança. Além do mais, nessa maneira de pensar, consigo o autoperdão e me ajuda muito em compreender o próximo, facilitando o processo de perdão, que não é fácil. Mesmo com esses benefícios, a verdade é que, no fundo, não gostamos de errar. Mas, o que seria a vida sem o erro? Nessa linha de raciocínio, neurocientistas descobriram que o córtex frontal medial tem função fundamental na detecção de erros. Os neurônios frontais ficam ativos quando o indivíduo recebe um feedback negativo ou tem uma perda por causa de um erro. Essa alteração de atividade cerebral abriu possibilidades de prevenir desatinos com a utilização de aparelhos capazes de detectar estados cerebrais que antecedem o erro. A ideia desse equipamento surgiu por acaso no início da década de 90. O psicólogo Michael Falkenstein,

pesquisador da Universidade de Dortmund, Alemanha, em um experimento, detectou que sempre que a pessoa acionava um botão errado, a voltagem elétrica em seu lobo frontal imediatamente caía por volta de 10 microvolts.

O que isso significa? Significa que no futuro será possível prevenir erros. Imaginem a utilização desse aparelho em atendimento médico, em manutenção de avião, no Supremo Tribunal Federal e etc. Um mundo novo de muitos acertos. Enquanto não temos essa tecnologia disponível, respirar fundo, se manter com serenidade no presente, juntar o máximo possível de informações pertinentes, ouvir pessoas com experiências em situações similares,  silenciar o coração e o intelecto para que se estabeleçam as bases seguras e  ouvir a intuição continuam sendo garantias para diminuir as possibilidades de erros.  No tocante a intuição, tem-se aí uma dificuldade que é distinguir entre o que é uma mensagem intuitiva e uma mensagem que vem de nossa mente racional geralmente preocupada e ansiosa com os problemas. As mensagens que vêm do intelecto (racional) se baseiam no medo, na escassez, no sentimento de culpa, trazem uma sensação de desespero, não sugerem planejamento e cobram ações emergenciais. Já as mensagens vindas da sua intuição são encorajadoras, não são extremistas, são tranquilizadoras, sugerem planejamento bem feito e não cobram pressa. Pensando bem não é tão complicado ter discernimento nessa área. Mas, a verdade é que temos dificuldade de enxergar a verdade, porque normalmente desprezamos nossos sentidos e emoções profundas. Infelizmente, não utilizamos plenamente esses recursos preciosos que dispomos. Talvez seja por serem gratuitos. O gratuito, geralmente, não é valorizado.