09/06/2016 17h09 - Atualizado em 09/06/2016 17h39

A diferença entre o vendedor mediano e o grande profissional de vendas pode ser apenas quatro telefonemas a mais por semana.
Pode ser a observação de apenas um sinal emocional a mais a diferença entre um psicólogo mediano e um excelente.
A diferença entre um jogador de futebol comum e um excelente pode ser a prática de trinta minutos a mais após o treinamento normal.
A diferença entre um campeão mundial de futebol e o vice pode ser apenas um gol feito nos últimos minutos da prorrogação. E foi o que aconteceu na Copa do Mundo 2014 no Brasil.
A diferença está na disciplina de detalhes.
Os alemães fizeram algo a mais. É da cultura deles levar muito a sério tudo o que se faz.  Em 14 anos, a Alemanha reestruturou radicalmente o seu futebol. O governo germânico expurgou os cartolas que não davam satisfação à torcida, estabelecendo que ao menos 51% dos clubes pertencessem aos torcedores. Lá só recebe incentivos fiscais quem tem as finanças saudáveis, bem diferente do Brasil, cujas isenções vêm para aliviar os clubes endividados. Em outras palavras, aqui estamos longe da meritocracia. Além disso, na Alemanha, a corrupção no futebol dá cadeia. Cadeia mesmo.
Nós brasileiros temos muito que aprender com a cultura alemã.
Ao observar a brilhante propaganda de uma empresa de materiais e acessórios esportivos, durante a Copa, que dizia “Allin or nothing”, que significa em português “Tudo ou nada”, relacionei, com o maior respeito, com um alerta de Jesus Cristo (Apocalipse, 3:15-16), que diz “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”, que significa “ser frio ou quente, porém, nunca ser morno”. Os níveis de exigências da sociedade aumentam, quanto mais ela se intelectualiza. Com isso aparecem muito mais as imperfeições. Consequentemente o espaço do morno está diminuindo. Chamo de morno, com o maior respeito, neste caso, quando o indivíduo ou a instituição não dá o máximo de si. Arruma outras alternativas e não utiliza os seus talentos plenamente. Como consequência surge desperdício de energia. O desperdício, por sua vez, é da negatividade. Sendo da negatividade, atrai mais negatividade ao seu redor. No caso, a seleção Brasileira foi morna, pois faltaram recrutamento e seleção eficaz, lideranças dentro e fora do campo, planejamento, preparo emocional, estratégias, treinamento de excelência e etc. O nível de exigência interno deveria ser maior que o externo, e não foi o que ocorreu.
Resumindo: teve muita ingenuidade e improviso. Tudo leva a crer que foi dado muito crédito ainda para o jeitinho brasileiro, que acredito eu está com seus dias contados.
A mudança, como é de Lei, se imporá a seu tempo. Acredito que esse tempo é agora.
Quando olhamos para trás, percebemos que nostalgicamente estamos presos em alguma idéia de sucesso, que ilusoriamente foi tomado como algo imutável. Mas o mundo não para. As mudanças são constantes. Surge aí, como é de se esperar, uma acomodação imperceptível baseada em um modelo obsoleto. Em vez de objetivar uma meta que representará um fim, a humildade sugere que tenhamos acima de tudo um ideal.