09/06/2016 17h30 - Atualizado em 09/06/2016 17h41

Por volta de 1983, um amigo confidenciou, com muito orgulho, que seu pai era muito evoluído moralmente, uma vez que ele praticava o amor incondicional e citou uma ocorrência que envolveu um dos seus tios, que se ofendeu devido uma brincadeira feita por seu pai, durante uma festa familiar. Esse tio ofendido e transtornado, de forma ríspida, disse ao pai do meu amigo: “Não gostei da brincadeira, você ultrapassou os limites e não quero mais que você venha aqui em minha casa”.
O pai evoluído, quase que imediatamente, disse: “respeito a sua maneira de pensar, por favor me desculpa, mas comigo é bem diferente, pois gosto muito de você e continuarei vindo aqui em sua casa sim”. Na sequência, o pai do meu amigo foi ao encontro do tio estressado e o abraçou.
Esse tio, desarmado emocionalmente, sorriu e o resultado foi o retorno à harmonia.
Ao ouvir esse ocorrido, emendei para o meu colega: “Um dia quero ser como seu pai. Hoje, pelo que me conheço, não consigo”.
Somente em 2011 consegui atingir o objetivo traçado, ou melhor, plantado há 30 anos.
Em um grupo de amigos, após uma fala da minha parte, surgiu  uma má interpretação, por parte de um deles, redundando em uma ofensa á minha pessoa. Imediatamente, procurei mostrar a outra ótica e afirmei: “Peço desculpas pelo embaraço e é importante que você saiba que te admiro e respeito muito. Você é gente boa e não vamos deixar isso atrapalhar nossa amizade”. Fui em direção a esse amigo e fiz questão de apertar a sua mão e abraçá-lo.
Fiquei surpreso comigo mesmo, pois numa situação como essa, até então, costumava justificar de forma objetiva e ficava mais na minha, mantendo determinada distância da pessoa envolvida, sem limpar a gaveta, como é o dito popular.  
Sem sombra de dúvida a mente é como um solo fértil, onde pensamentos, sentimentos e falas são como sementes. Uma vez plantadas, um dia virá à colheita.
Refletindo um pouco mais sobre minha nova conduta, fiquei preocupadíssimo, pois levei aproximadamente 25 anos para fazer apenas um progresso moral. Considerando que tenho várias necessidades nessa área, uma vida é muito pouco para todas as realizações que desejo. A não ser que me esforce para realizá-los em espaços de tempo menores.
Descobri também que o meu amor ao próximo era condicional, pois, de forma inconsciente, para eu gostar de uma pessoa, antes tinha como pré-condição verificar se ela gostava de mim. Se não gostasse, nada feito. Também não gostava dela. Uma espécie de olho por olho, dente por dente.
Percebi também, com essas reflexões, que passei a maior parte do tempo da minha vida pensando excessivamente em mim e pouquíssimo no próximo. Hoje, estou conseguindo inverter isso.
Ficou claro também que ficamos de tal forma arraigados às crenças que deixamos de acreditar que possam existir novas formas de interpretar e agir.
Sem sombra de dúvida, mudar para o amor incondicional como evolução, reformulando paradigmas, é sairmos da posição de vítimas, que costumamos geralmente adotar de forma acomodada.
De 2011 para cá, considerando essa experiência, melhorei um pouco mais nas relações com as pessoas, aumentei o meu bem estar e com isso foi possível comprovar que a cura está no amor.
Portanto, viva o amor incondicional.