13/08/2018 11h41 - Atualizado em 13/08/2018 11h41

Em outra ótica, ter humildade é aceitar que não são todas as situações que podem ser controladas.

Nessa linha de raciocínio, ter experiência é ter capacidade para distinguir o controlável do incontrolável.

Ter sabedoria é ter consciência plena que a Vida tem um plano de vida para você, independente de suas metas pessoais. Muitos elaboram sonhos para serem realizados sem antes descobrir o que a Vida espera deles.

Surgem aí grandes possibilidades de ocorrer decepções. Em minha percepção, se ocorrer uma divergência entre esses objetivos, prevalecerá o propósito da Vida, não o nosso projeto.

Também quanto maior essa divergência entre esses dois projetos, maior é o sofrimento, porque o indivíduo percebe, com o tempo, a impossibilidade de realizar seus objetivos. Sempre é bom lembrar que sonhar é imprescindível para a vida. Quem deixa de sonhar praticamente morre. A vida perde sentido.

Como descobrir os objetivos da Vida para conosco? É só prestar muita atenção nos eventos macros de nossa vivência, investir em autoconhecimento, respeitar os respectivos talentos, verificar se o seu sonho é para satisfazer egoísmo e orgulho (A Vida sugere sempre servir o próximo), bem como ouvir o coração.

Pelo fato de não termos consciência dessa expectativa da Vida para conosco, significa que temos muito que aprender, se curar (eliminar defeitos) e se libertar (eliminar, por exemplo, ingenuidades, ignorâncias e receios imaginários, que nos aprisionam mentalmente).

Geralmente, em uma espécie de contaminação coletiva, nós seres humanos da vida moderna queremos gratificação imediata e com isso elaboramos geralmente metas utópicas e escolhemos caminhos mais fáceis para realizá-las. Entende-se por gratificação imediata querer resultado rápido, com bem estar contínuo, evitando a dor a todo custo. Segundo o psiquiatra Flávio Gikovate, “O homem é uma criatura que foge do que lhe provoca dor e busca o que lhe dá prazer”.

Esse padrão mental tem relação, de alguma forma, com buscar ficar na zona de conforto. A zona de conforto além de trazer determinada segurança temporária, considerando que as mudanças contínuas destroem esse tipo de acomodação com o tempo, cria uma paralisação no desenvolvimento do indivíduo. Gera uma autolimitação, uma vez que é na adversidade que ocorrem as aprendizagens, curas e libertações. Segundo Benjamin Franklin, “Aquilo que machuca instrui”. Sem sombra de dúvida, a vida é arquinimiga da acomodação.

Para alcançar os propósitos que a Vida nos impõe, normalmente, é necessário trafegar por caminhos nada fáceis.

Quando ocorrer do plano do indivíduo coincidir com o plano da sua Vida significa que temos aí um caso de pessoa evoluída no discernimento, que conseguiu se imunizar em relação às distrações e ilusões dos tempos modernos. Trata-se de um ser humano sintonizado plenamente com a Vida. Viva a vida.