09/06/2016 16h56 - Atualizado em 09/06/2016 17h37

O relógio, bem como a pontualidade dos ingleses, são frutos da Revolução Industrial. Para os ingleses, mundialmente conhecidos por sua pontualidade, nós brasileiros, de maneira geral, somos deselegantes, devido ao costume de chegar alguns minutinhos atrasado em um compromisso. Dá-se a impressão que nós queremos levar vantagem até com o tempo. Nessa área, nos dias atuais, tem-se a sensação de que o tempo está transcorrendo-se em uma velocidade acelerada. No concreto o tempo é constante. Tem-se essa ilusão, devido à globalização, competição e modernização que provocam excessos de informações, mudanças e geração de infinidades de opções de produtos e atividades.  Como a nossa procedência é da escassez de quase tudo, sem querer generalizar, em face desse novo cenário, queremos abraçar todas as possibilidades. Queremos realizar muito mais atividades do que podemos, num curto espaço de tempo. Com isso, falta equilíbrio, bom senso, planejamento, gestão e principalmente tempo. Sobra ansiedade. Na realidade não é o tempo que tem pressa, quem está acelerado é o homem moderno, que não aprendeu a lidar com os excessos. É necessário aprender a falar não para a maior parte das atividades desejáveis. Procure fazer perguntas dos tipos: “Eu preciso disso para viver?, isso vai contribuir para atingir a meta?, isso vai agregar valor? O foco tem de ser somente em atividades essenciais. Prefiro chamar essa fase  de excessos de  “era de distrações”. Não tem  sentido as distrações influenciarem tanto o ser humano inteligente. Temos de utilizar o tempo ao nosso favor: aproveitar o presente de forma eficaz e, quando necessário, utilizar o passado e o futuro com criatividade. Nessa linha de raciocínio, um exemplo marcante, em minha vida, de utilização do futuro imaginário foi uma aprendizagem que tive na Marinha de Guerra, em um treinamento que simulava campo de concentração. Sem comida e água, fui obrigado à levar o meu pensamento para o futuro, repetindo constantemente uma frase: “Um dia isso vai passar”. Esse procedimento contribuiu em muito para suportar a situação.  Considerando as situações econômica, política e ética do país, dou aqui um conselho: Repita, várias vezes ao dia, “uma hora isso vai passar”. Repita também: “esses políticos causadores desses problemas também passarão”. Enquanto isso, no presente, teremos de ser inventivos  para fazer muito mais com menos. Que Deus abençoe o nosso tempo. Que Deus abençoe o Brasil.