07/06/2016 16h51 - Atualizado em 09/06/2016 17h35

Pergunta pertinente para refletir sobre o ano que se encerra: considerando as relações consigo mesmo, conjugal, familiar, profissional e espiritual, em qual delas você investiu mais energia em 2015? Se você foi vítima da era das distrações, traduzida em excesso de informações, em exagero de tempo nas mídias sociais, e muitas outras atividades que não agregam valor, já sei a sua resposta. O foco principal foi no profissional. Mesmo porque não sobrou tempo para as demais relações e tem de se levar em conta que o mercado de trabalho é exigente e geralmente impiedoso. São os menos produtivos os primeiros a serem desempregados numa situação de adversidade econômica do país. A ausência de investimentos nas outras relações, por motivos diversos, tais como cobiça, individualismo, orgulho e egoísmo, traz como consequências o sentimento de vazio inexplicável, ansiedade, dificuldade em concentração e tendência de amar muito mais coisas do que pessoas. Em resumo: gera desequilíbrio. Ocorre uma espécie de desumanização, uma vez que as demais relações ficam enquadradas como superficiais. Relações essas que não trazem recompensas financeiras. A psicologia moderna defende que a cura está nas relações. Sinceramente não consigo entender o fato do Ser Humano, normalmente, encontrar tanta dificuldade para dar conta de apenas seis tipos de relações (consigo mesmo, conjugal, familiar, social, profissional e espiritual) importantíssimas para o seu equilíbrio mental. Agora fico imaginando se fossem trinta e oito tipos de relações. Estaríamos com enormes problemas psíquicos. É sabido que um dos maiores presentes que você pode dar a alguém é o seu tempo, uma vez que esse é uma das essências da vida. Nesse caso, você doa parte da sua vida. Portanto, trata-se de amor e caridade. Tudo leva a crer que esses problemas de relacionamento têm a ver com um processo mental denominado de auto-ilusão, uma vez que enganamos a nós mesmos, não enxergando as coisas tais como são na realidade. Paulo de Tarso escreveu aos Coríntios: “…. para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi me dado um espinho na carne, para me livrar do perigo da vaidade. A Vida Providencial nos restabelece a saúde do corpo e da alma por meio do “espinho da desilusão”. Eis aqui um exemplo de cuidado, pouco praticado, na relação espiritual: num mundo agitado, é necessário reservar um tempo para meditar e orar, visando alcançar clareza, paz e harmonia no íntimo. Sem essa serenidade, distorce-se a visão dos fatos e aumenta-se o risco de decisão errada. Desejo que em 2016 todos nós levemos mais a sério as nossas respectivas relações, pois o equilíbrio se torna imprescindível nesses novos tempos complexos de grandes e rápidas mudanças.